Este blog é dedicado a divulgação da obra de Félix de Athayde, jornalista, poeta e ensaísta.

Este blog dirige-se a todo o tipo de leitores, do leigo ao investigador, e pretende também ser um instrumento didático que facilite e apóie o estudo da obra de Félix de Athayde na sua multiplicidade.

Sua opinião ou contribuição são bem-vindas.

Se você tem algum artigo, frase, texto ou poema de Félix de Athayde não incluído nos três livros que vou postar logo abaixo, não hesite em escaneá-lo e postá-lo ou em me encaminhar.

A organização da obra

A obra de Félix de Athayde é essencialmente dividida em três partes :

— O ensaio sobre a obra do Poeta João Cabral de Melo Neto

— A obra poética

— Artigos de jornal

O ensaio sobre a obra do Poeta João Cabral de Melo Neto, foi concebido por Félix como uma só obra, que, por questões de edição foi publicada dividida em duas partes : Idéias Fixas de João Cabral de Melo Neto (1998), e A Viagem ou Itinerário Intelectual que Fez João Cabral de Melo Neto do Racionalismo ao Materialismo Dialético (2000).

Em “Idéias Fixas” temos uma seleção de trechos de entrevistas de João Cabral, publicadas ao longo de cinqüenta anos, as quais Félix distribuiu em verbetes, como num dicionário. São reflexões sobre a literatura e seus grandes nomes, sobre sua própria obra e sobre aspectos da sociedade; e, para quem se dispõe ao ofício da pluma, conselhos inestimáveis para um bem escrever.

Na segunda parte, “A Viagem ou itinerário intelectual...” o autor aborda livro por livro de João Cabral — e o faz de maneira ao mesmo tempo densa, clara e sucinta — nos mostrando sua tese sobre João Cabral, a qual o extenso título do livro já nos anuncia. É livro curto, pois o autor vai direto ao assunto: o texto foi digerido por dez anos e as idéias nele contidas por várias décadas de convívio, estudo e admiração por João Cabral e sua obra, iniciados nos meados da década de 1950 em Madri até o falecimento de Félix no Rio, em 1995.

Creio que ninguém do meio literário pôde acompanhar de tão próximo e tão longamente a evolução do grande poeta. A original análise de Félix de Athayde — que gostava de se dizer “um intelectual não-acadêmico” — é fundamental para a compreensão da obra de João Cabral — indubitavelmente um dos maiores poetas da língua portuguesa. É de especial serventia para estudantes e professores das faculdades de letras e literatura.

Os dois livros, que relembro, perfazem uma só obra, estão disponíveis em arquivo PDF para download neste blog. Notem que, para não gerar um arquivo demasiado pesado, o primeiro e maior livro, “Idéias Fixas”, foi dividido em dois links, ou seja, para ler-se a obra na sua integralidade, são necessários baixar TRÊS arquivos.

Também disponibilizei em PDF o livro Poemas Reunidos de Félix de Athayde, o qual fiz a seleção, a organização e a apresentação. Pode ser considerado como “Poesias quase completas de Félix de Athayde”, praticamente tudo que consegui reunir está aí contido.

Os artigos de jornal de Félix de Athayde foram centenas, assim como milhões foram seus leitores, visto que eram textos publicados entre os maiores ou mais significativos jornais do país. Os artigos fizeram seus largos caminhos em sua época, mas alguns merecem ser relidos — sobretudo porque certas problemáticas brasileiras continuam sendo as mesmas — e pretendo pouco a pouco escaneá-los e colocá-los à disposição, e nisto conto com a colaboração dos leitores e admiradores do estilo de Félix de Athayde; o que tenho em meu arquivo não deve chegar a ser nem a um quarto do tanto que ele publicou em toda uma vida de opinião e jornal.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Foto de Félix de Athayde com João Cabral de Melo Neto

Esta é a única foto que encontrei dos amigos Félix de Athayde ( à esq.) e João Cabral, aparentemente tirada no início dos anos 80. Eu a inseri na contracapa do livro A Viagem.

       No início dos anos 50, o jovem Félix freqüentava a casa dos Cabral de Melo em Recife; era amigo de Evaldo Cabral (que viria a ser um dos maiores historiadores brasileiros), irmão mais novo de João, e que a idade regulava com a de Félix. Mas a amizade entre Félix e João se desenvolveu realmente foi na Espanha, onde Cabral era diplomata em Madri e onde Félix viveu por cinco anos. Os dois conversavam muito especialmente sobre o Século de Ouro da literatura espanhola, e sempre que possível iam à Sevilha, cidade que ambos adoravam. Segundo João Cabral, comparando os rios que atravessam as cidades de Sevilha e Recife, « o Guadalquivir e o Capibaribe são rios da mesma confraria.»

     Em 1959 João Cabral foi transferido como cônsul para Marselha, no Mediterrâneo francês, e conseguiu uma oportunidade para que Félix também fosse para lá por um ano, onde estudou o provençal, para melhor entender os trovadores.

       Na década de 80, os dois foram vizinhos no Rio, separados apenas por um prédio de distância na Praia do Flamengo. É nessa época que freqüentei muito a casa de Cabral e sua esposa Estela. Lembro-me também de muitos feriados passados em fazenda de propriedade do poeta Lêdo Ivo, em Teresópolis, em companhia de meu pai, João Cabral e outros escritores como Eduardo Portella.

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